Um scroll, 100 vendas: estamos a perder o lado humano das redes?
- analgsalgueiro

- 24 de nov.
- 2 min de leitura

As redes sociais ainda são sociais? Ou tornaram-se apenas uma montra de vendas?
Lembro-me dos primeiros tempos do Facebook: entrava para ver as fotos dos amigos, saber as novidades da região, acompanhar eventos, aniversários e aquelas partilhas simples do dia a dia. Havia leveza, curiosidade e um sentido de comunidade.
Hoje, basta abrir o feed para perceber que o “social” perdeu espaço para algo muito diferente: uma montra gigante de produtos, serviços, especialistas, e-books e promessas de transformação.
De repente, todos são marketeers, todos são experts, todos têm um curso, um guia, um produto digital para vender.
E nós, do outro lado, estamos constantemente a pensar:
– “Será que preciso mesmo disto?”
– “E se este serviço for exatamente o que me está a faltar?”
– “E este e-book… valerá a pena?”
O scroll deixou de ser distração e passou a ser comparação, pressão e decisão de compra atrás de decisão de compra.
Mas será que esta evolução é boa?
Depende.
👉 É boa para os negócios, porque nunca foi tão fácil ganhar visibilidade e chegar a novos clientes.
👉 Mas pode ser menos boa para as pessoas, que começam a sentir as redes sociais não como um espaço de ligação, mas como um centro comercial sem saída.
E isto levanta a grande questão:
Estamos a tornar-nos mais consumistas e menos sociais?
Em parte, sim.
Mas também é verdade que esta mudança abriu portas a algo poderoso:
às marcas que querem voltar a comunicar com verdade.
As pessoas estão cansadas do “compra já”.
Cansadas de promessas vazias.
Cansadas de feeds que parecem catálogos.
E é aqui que nós, profissionais do marketing com cabeça, coração e propósito, fazemos a diferença.
O que o público procura agora?
• Conteúdos que informem, mas não pressionem.
• Marcas humanas, não perfeitas. • Profissionais que falam com autenticidade, não com scripts. • Negócios que mostram os bastidores, não apenas resultados.
• E sim… continuam a comprar, mas compram a quem confiam. O social ainda existe, mas precisa de ser recuperado.
E isso só acontece quando as marcas param de gritar e começam a conversar.
A verdade é simples:
As redes sociais não deixaram de ser sociais.
Nós é que deixámos de usá-las como tal.
E se há algo que acredito — profundamente — é que existe espaço para vender e criar relação.
Para crescer e manter humanidade.
Para informar e entreter.
Para converter sem perder essência.
Talvez o futuro das redes esteja exatamente aqui:
menos montra, mais pessoas.
Menos pressão, mais propósito.
Menos barulho, mais verdade.



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